2011-04-17

O passeio

Chegamos a Boituva ao fim da tarde, o sol quase a pôr-se nos campos que rodeavam o aeroporto e o hotel onde pernoitamos.. .
Tempo limpo, noite amena.. Partimos em direcção à cidade pequenina que se estendia infinita numa rua só e jantamos, na pizarria simples, pizzas com bordas cheias de catupiry, que o Francisco adora mas que os outros até dispensam.. Eu comi, tinha fome...O preço? Um absurdo, jamais haviamos pago algo assim, onze pessoas apenas sessenta e um reais.. Um pouco mais de cem kms de distância da capital...Na véspera, na Veridiana, em S. Paulo (ok, ambiente diferente mas sem vinho, sem sobremesas), cada um de nós, pelo mesmo petisco, desembolsou cerca de setenta...
Como a Cris (que viaja com frequência a Sampa em negocios), deixou o Alex e as crianças em Terras Lusas, acollhemo-la no nosso quarto, tendo nós as duas partilhado a cama de casal e o Pedro e o Francisco dormido em colchões... A Cris é pequenina e quando se encaixa para dormir é uma santa, fica sossegada num cantinho, cabelos compridos espalhados pela almofada e respiração serena.. Eu, habituada que estou aos meus espaçosos todos, achei que estava sózinha!
Durante a noite choveu cats and dogs, dinossauros, cavalos e vacas, o vento uivou desesperadamente e eu fiquei quase convencida de que o passeio de balão estava irremediavelmente comprometido. A alvorada, cerca das 5.45 horas, desembrulhou para todos um céu azul e tranquilo, um sol nascente sorridente e um vento adormecido! Que sorte!
No breakfast... No espaço em frente à pista onde o aviãozinho de serviço despeja de meia em meia hora paraquedistas em busca de emoções mais fortes, um cesto de verga e um pano colorido muito comprido, jaziam por sobre o prado verde, entre o vai e vem das cinco crianças que participariam na subida.. Lentamente, com os homens de apoio a segurar firmente a embarcação, o balão arco-iris encheu-se, completo de promessas de uma viagem diferente.. E foi!
Foi diferente porque:
  •  tão suave e sem sobressaltos, levantou voo como num sonho
  •  lá de cima a paisagem, desenrolou-se tal e qual um tapete
  •  o vento pára (nao obstante estarmos a sermos levados a 55 kms /hora)
  •  o tempo dilui-se no prazer inesperado da suspensão da barquinha
  •  as casas abertas, em relevo alto, permitem um espreitar diferente
  •  os passaros brancos que voam por sobre os arbusto em que as arvores altas se transformam, parecem borboletas alvas, mensageiros da paz..
E aterramos, de forma ainda mais tranquila do que subimos, sem a adrenalina que julguei necessária.. O balão foi morrendo aos poucos, puxado pelos meninos que por fim, cansados, se estenderam por sobre os tons fortes depois de terem brincado e corrido.. Antes, brindamos com champanhe o baptismo do ar, tendo eu permitido ao Pedro e ao Francisco o degustar da bebida em calice de pé alto que vinha envolto em guardanapo branco elegante, guardado num cesto com fechos de cabedal... Africa Minha..(pormenor, o mais velho fez caretas e ao mais novo, arranquei o copo a custo!)
Foi giro! Mas não extraordinário!

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