2009-11-08

Fernando de Noronha

Acabei de colocar um bolo de mel no forno! Desta vez, com muito esforço e concentração, segui direitinho, à risca, as instruções e não inventei nem um pouco! A quantidade de açúcar requerida, não repensei nenhum ingrediente, colocando-os na Bimby pela ordem que o Mestre Vítor Sobral recomenda.. Teve que ser! Com o Francisco à "perna", exigindo um dos seus petiscos favoritos, corria o risco tremendo de uma birra caso o resultado final ficasse longe das expectativas do meu petiz... Até que o bolo coza, à temperatura de 180 graus, sobram-me 40 minutos bem contados, para narrar a ultima viagem de férias terminada ontem, cercas das 23 horas locais.
Fartos das nuvens cinzentas e do tempo indeciso que rodeia Sampa, resolvemos partir para Fernando de Noronha, local mítico e que preenche a fantasia tanto de brasucas, como de portugas e outras nacionalidades.. Com paragem obrigatória em Natal, onde os nossos compatriotas chegaram precisamente no dia de aniversário do Menino Jesus...
Na companhia muito agradável dos Contreiras (Ana, Joana e João), enfiamo-nos no avião em Guarulhos, para uma viagem sem estória; aterrisados, de imediato, fomos envolvidos pelo vento quente da terra tão chegada ao Equador. O hotel? Uma agradável surpresa, tanto mais que nos colocaram numa fantástica suite voltada para o mar, com ante-sala, closet, duas casas de banho, terraço e uma piscina com espreguiçadeiras... Nada mau!
Na terceira manhã descemos as dunas num buggy tripulado por um nativo calado que somente abria a boca para esparsas explicações e repleto de etiqueta! Interessante! Entre banhocas nas lagoas, no mar, skibunda e tiroleza, se passou o dia. Terça estavamos portanto mais do que prontos para a aventura final: Fernando de Noronha!!!!
A travessia fez-se em cerca de uma hora, a aproximação do avião a terra permitiu de imediato abarcar o arquipélago de uma assentada, uma vez que este é pequeno e apenas a ilha principal, a maior, é habitada. O dia estava abafado, quente, o sol inclemente e assim se manteve durante os três dias que lá permanecemos.
Adorei o local! Tudo me fazia lembrar Cabo Verde, desde o mar, o cuzcuz, o cheiro, as praias, a paisagem e as ruínas dos fortes com os seus canhões abandonados.. Fui, claro, gozada completamente pelos meus companheiros de viagem, com o Luís à cabeça, nos comentários.. As águas límpidas guardavam tartarugas que nadavam quase a tocarem nos nossos pés, os peixinhos de todas as cores serviram de inspiração ao filme Nemo, havendo imensas Doris que não estavam nem aí para a nossa presença.. Tanto os turistas como os locais respeitam as regras impostas pelo IBAMA, (sem remédio, as multas são altíssimas), organismo estatal responsavel pela natureza, que em Fernando, é senhor absoluto!
No ultimo dia, ainda antes do retorno a Natal onde dormimos, fizemos uma passeio cujo objectivo é o de colocar a pessoa a "voar" dentro de água. A reboque de um barco a motor e com uma semi-prancha transparente (cujo formato permite um mergulho imediato), de snorkles na boca e mascaras de mergulho, entre apneias, passamos duas horas incríveis a ver os corais, barcos afundados, um tractor caído ao mar - que serve de refugio a polvos e outras criaturas marinhas de grandes bigodes, tartarugas planadoras e peixes, que pediam de joelhos uma travessa fumegante com batatinhas assadas.. Os miúdos adoraram, tanto a Joana, como o Pedro e o Francisco não se recusaram à aventura subaquática, portando-se como autênticos mergulhadores tarimbados!

(Nesta altura já interrompi a narrativa algumas vezes, o bolo ficou pronto e os tpc´s do Pedro exigiram a minha presença...Depois de partido o bolo e acompanhado de leite frio, as crias deitaram-se por fim.. Está um calor típico de trópicos, abafa-se em casa e deseja-se uma leve brisa marítima.. Pois, mas aqui no planalto, não há!)

Mas nem tudo foram rosas, houve cardos também! A pousada onde nos instalaram após a aprazível estadia no hotel de 5 estrelas em Natal, era simplesmente DE-PLO-RA-VEL! Terceiro mundo, como se diz por aqui, situada no Bairro do Trinta e a evitar a todo o custo! Feia, pobre e sem condições, deveria ser proibida! E estava classificada!!! E à saída do território, em letras bem graúdas, os portugueses, (de novo), deixaram bem explicito o que pensam sobre o turismo e a administração local que permite tais desvarios!
Aviso: Em Fernando de Noronha não existe crime propriamente dito, qualquer um se pode passear à noite sem problemas, o ladrão ali tem "carteirinha", chama-se habitante e pratica os preços que quer.
Abraço,
AlexManuela

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