Chegamos a Boituva ao fim da tarde, o sol quase a pôr-se nos campos que rodeavam o aeroporto e o hotel onde pernoitamos.. .
Tempo limpo, noite amena.. Partimos em direcção à cidade pequenina que se estendia infinita numa rua só e jantamos, na
pizarria simples,
pizzas com bordas cheias de
catupiry, que o Francisco adora mas que os outros até dispensam.. Eu comi, tinha fome...O preço? Um absurdo, jamais haviamos pago algo assim, onze pessoas apenas sessenta e um reais.. Um pouco mais de cem kms de distância da capital...Na véspera, na
Veridiana, em S. Paulo (
ok, ambiente diferente mas sem vinho, sem sobremesas), cada um de nós, pelo mesmo petisco, desembolsou cerca de setenta...
Como a Cris (que viaja com frequência a Sampa em negocios), deixou o Alex e as crianças em Terras Lusas, acollhemo-la no nosso quarto, tendo nós as duas partilhado a cama de casal e o Pedro e o Francisco dormido em colchões... A Cris é pequenina e quando se encaixa para dormir é uma santa, fica sossegada num cantinho, cabelos compridos espalhados pela almofada e respiração serena.. Eu, habituada que estou aos meus espaçosos todos, achei que estava sózinha!
Durante a noite choveu
cats and dogs, dinossauros, cavalos e vacas, o vento uivou desesperadamente e eu fiquei quase convencida de que o passeio de balão estava irremediavelmente comprometido. A alvorada, cerca das 5.45 horas, desembrulhou para todos um céu azul e tranquilo, um sol nascente sorridente e um vento adormecido! Que sorte!
No breakfast... No espaço em frente à pista onde o aviãozinho de serviço despeja de meia em meia hora paraquedistas em busca de emoções mais fortes, um cesto de verga e um pano colorido muito comprido, jaziam por sobre o prado verde, entre o vai e vem das cinco crianças que participariam na subida.. Lentamente, com os homens de apoio a segurar firmente a embarcação, o balão arco-iris encheu-se, completo de promessas de uma viagem diferente.. E foi!
Foi diferente porque:
- tão suave e sem sobressaltos, levantou voo como num sonho
- lá de cima a paisagem, desenrolou-se tal e qual um tapete
- o vento pára (nao obstante estarmos a sermos levados a 55 kms /hora)
- o tempo dilui-se no prazer inesperado da suspensão da barquinha
- as casas abertas, em relevo alto, permitem um espreitar diferente
- os passaros brancos que voam por sobre os arbusto em que as arvores altas se transformam, parecem borboletas alvas, mensageiros da paz..
E aterramos, de forma ainda mais tranquila do que subimos, sem a adrenalina que julguei necessária.. O balão foi morrendo aos poucos, puxado pelos meninos que por fim, cansados, se estenderam por sobre os tons fortes depois de terem brincado e corrido.. Antes, brindamos com champanhe o baptismo do ar, tendo eu permitido ao Pedro e ao Francisco o degustar da bebida em calice de pé alto que vinha envolto em guardanapo branco elegante, guardado num cesto com fechos de cabedal...
Africa Minha..(pormenor, o mais velho fez caretas e ao mais novo, arranquei o copo a custo!)
Foi giro! Mas não extraordinário!