2006-12-02
O 25 de Março em S. Paulo não é apenas uma data, aqui é uma referência para todos, uma obrigatoriedade para alguns, um horror para outros, uma curiosidade para muitos..Trata-se de uma rua, uma rua recheada de lojas e centros comerciais labirínticos, que muito como o Harrod's, oferece de tudo! Bom, talvez não se consiga comprar um elefante africano como é possível fazer em Londres, ou um jactinho privado, mas com alguns contactos bem feitos, com toda a certeza que se arranja um intermediário disposto a tratar do assunto!
Com 4 meses de imigrada jamais havia posto os meus sapatos tamanho 37, 37/5, na frenética 25 de Março, facto que, claro, me andava a macular irremediávelmente o curriculum vitae, aliado à curiosidade que me consumia, não obstante os avisos do meu dilecto marido sobre a perigosidade do local ou as expressões de desagrado de Analice, a minha doméstica desbragada!
Tomada a resolução o Luís não teve outro remédio senão acompanhar-me e assim marcamos na agenda a excursão, prevenidos contra as tentativas de roubos por esticão, balas perdidas provenientes de lutas entre comerciantes e o rio de pessoas que apesar do dia ser de semana, povoavam e compravam numa das artérias da cidade, outrora parte de um down town cuidado e moderno, hoje abandonado e referenciado como perigoso, feio e sujo! Triste!
Qualquer tentativa de descrição se perde, não é possível passar no ecrã os cheiros (brilhantina, perfumes baratos e caros, suor humano, dejectos também humanos, óleo de fritar misturado ao odor sumarento do abacaxi vendido em fatias..), massas de gente roçando-se em massas de gente, passeios desnivelados e desleixados ocupados pelos ambulantes, lojas de bijuterias finas lado a lado com as de flores de plástico, sapatos, utilidades domésticas, prendas, lingerie intima e objectos eróticos, Mc Donald's e claro, as imitações das griffes que fazem com que as paulistanas sejam as mulheres mais chiques do Brasil, estejam elas nos shoppings, bons restaurantes e cabeleireiros, ou simplesmente a lavar os banheiros das patroas!
Que mais posso eu dizer senão que os meus nervos colapsaram após algumas horas a remar contra a maré de gentes, que os meus pulmões clamavam por ar com oxigénio depois de algum tempo nos prédios sem janelas e sem condições utilizados pelos chineses, que as minhas sandálias já tinham mais porcaria nas solas do que quando eu frequentava o Bairro Azul da Bela Vista? Talvez que neste momento sou dona de um legitimo falso Rolex e que todas as minhas amigas vão ser presenteadas com lindas malinhas de noite?
Beijos
2 Comentários:
Malinhas?! Falso Rolex?! Tch tch tch... Que vergonha...'tamos a baixar o nível, 'tou a ver... eheheh : ))
Têm que vir recarregar as baterias aqui no Burgo!
Cheers! ; )
eu cá preferia 1 falso gucci, vê lá o q podes fazer...
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